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domingo, 3 de julho de 2011

Darwin, Mendel e a genética

 Gregor Mendel foi o primeiro cientista a explicar os mecanismos da hereditariedade em um experimento sobre cruzamento de ervilhas publicado em 1866. Com os seus estudos, Mendel comprovou que as características eram determinadas por pares de elementos, herdados de cada um dos genitores e que passavam de uma geração a outra de forma particulada, ou seja, esses elementos permaneciam intactos. Apesar de sua grande relevância, esse trabalho teve pouco impacto na época e passou desapercebido aos estudiosos da evolução por quase meio século, incluindo o prórpio Darwin. Com a redescoberta dos trabalhos de Mendel no início do século 20, os elementos envolvidos na herança foram denominados genes e a disciplina que estuda a hereditariedade passou a ser chamar genética.
 Os primeiros geneticistas, no entanto, não acreditavam na eficácia da seleção natural como mecanismo evolutivo, mas sim da mutação, que era mais compatível com a herança mendeliana na época. Com isso, no início do século 20, a genética mendeliana e a evolução darwiniana eram incompatíveis, contribuindo para o "eclipse do darwinismo". Enquanto as ideias de Darwin se baseavam em fundamentos erróneos e não testados sobre hereditariedade, como a herança por mistura ou de caracteres adquiridos, as conclusões de Mendel eram fundadas em experimentação cuidadosa. Os trabalhos de Mendel e Darwin só puderam ser reconciliados nos anos de 1930 e 1940 com a chamada Síntese Moderna, que se baseou nos fundamentos da genética de populações desenvolvidos nas décadas anteriores.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Darwin

Evolução por selecção natural

 Darwin era agora um eminente geólogo no meio científico formado por clérigos naturalistas, com uma renda segura e trabalhando secretamente em sua teoria. Ele tinha muito a fazer, escrevendo sobre todos os seus achados e supervisionando a preparação dos vários volumes da "Zoologia" que deveriam descrever as suas colecções. Ele estava convencido da ocorrência da evolução mas, desde muito tempo, sempre esteve consciente de que a ideia de transmutação de espécies era vista como uma blasfêmia, bem como era associada com agitadores democráticos radicais na Inglaterra; portanto, a publicação de suas ideias poderia significar a demolição de sua reputação e, consequentemente, a sua ruína. Assim, ele fazia experimentos minuciosos com plantas e consultava frequentemente muitos criadores de animais, incluindo criadores de pombos eporcos, na tentativa de encontrar repostas convincentes para todos os contra-argumentos que ele conseguia antever.


 Quando FitzRoy publicou seu livro sobre a viagem do Beagle em maio de 1839, o diário e comentários de Darwin foram um grande sucesso. Mais tarde naquele ano, o diário foi publicado isoladamente em um livro que se tornou um sucesso de vendas hoje conhecido como "A Viagem do Beagle" (The Voyage of the Beagle). Em Dezembro de 1839, durante a primeira gravidez de Emma, a saúde de Darwin voltou a ficar comprometida e ele conseguiu avançar muito pouco em seus trabalhos no ano seguinte.

Darwin tentou explicar sua teoria para amigos mais próximos, mas eles demoraram a mostrar interesse e pensavam que uma selecção exige um seleccionador divino. Em 1842 a família se moveu para a sua casa no campo (Down House) para escapar da pressão de Londres. Ali, Darwin escreveu um pequeno texto esboçando a sua teoria que, em 1844, seria expandido para um documento de 240 páginas intitulado "Ensaio". Darwin completou seu terceiro livro sobre geologia em 1846. Auxiliado por um amigo, o jovem botânico Joseph Dalton Hooker, ele iniciou um estudo aprofundado sobre cracas. Em 1847, Hooker leu o "Ensaio" e fez comentários que forneceram a Darwin a opinião externa que ele precisava.

 Darwin temia publicar a teoria de forma incompleta considerando o fato de que as suas ideias sobre evolução poderiam ser altamente controversas se, de fato, alguma atenção fosse dada a elas. Outras ideias sobre evolução - especialmente o trabalho de Jean-Baptiste Lamarck - tinham sido consistentemente rejeitadas pela comunidade científica britânica e foram associadas à noção de radicalismo político. A publicação anónima de "Vestígios da História Natural da Criação" (Vestiges of the Natural History of Creation) em 1844 gerou outra controvérsia sobre radicalismo e evolução e foi severamente atacada pelos amigos de Darwin, o que assegurava que nenhum cientista de reputação iria querer estar associado com tais ideias.


 Para tentar tratar a sua doença, Darwin foi a um spa em Malvern em 1849 e, para a sua surpresa, verificou que os dois meses de tratamento com água o ajudaram. Em seu estudo sobre cracas ele descobriu "homologias" que suportavam a sua teoria por mostrar que partes de um corpo levemente modificadas poderiam servir a funções diferentes em novos contextos. Foi então que a sua querida filha Annie adoeceu despertando novamente os seus temores de que sua doença pudesse ser hereditária. Após um longo sofrimento, ela morreu e Darwin perdeu toda a sua fé em um Deus benevolente.

 Nesta época, ele conheceu o jovem naturalista, e livre pensador, Thomas Huxley que se tornaria um amigo próximo e grande aliado. O trabalho de Darwin sobre cracas (Cirripedia) lhe valeu a medalha real da Royal Society em 1853, estabelecendo definitivamente a sua reputação como biólogo. Ele completou este estudo em 1854 e voltou a sua atenção para a sua teoria de transmutação de espécies.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Darwin

Casamento e filhos

Em 29 de janeiro de 1839, Darwin casou com sua prima Emma Wedgwood em Maer. Depois de primeiro morar em Gower Street, Londres, o casal mudou para Down House em Downe em 17 de setembro de 1842. Os Darwin tiveram dez filhos, três dos quais morreram prematuramente. Muitos deles e de seus netos alcançaram notabilidade.

William Erasmus Darwin (27 de dezembro de 1839–1914)
 Anne Elizabeth Darwin (2 de março de 1841 – 22 de abril de 1851)
 Mary Eleanor Darwin (23 de setembro de 1842 – 16 de outubro de 1842)
 Henrietta Emma "Etty" Darwin (25 de setembro de 1843–1929)
 George Howard Darwin (9 de julho de 1845 – 7 de dezembro de 1912) 
 Elizabeth "Bessy" Darwin (8 de julho de 1847–1926)
 Francis Darwin (16 de agosto de 1848 – 19 de setembro de 1925)
 Leonard Darwin (15 de janeiro de 1850 – 26 de março de 1943)
 Horace Darwin (13 de maio de 1851 – 29 de setembro de 1928)
 Charles Waring Darwin (6 de dezembro de 1856 – 28 de junho de 1858)


 Muitos dos seus filhos sofreram de doenças ou fraquezas e o temor de Darwin de que isto se devesse ao fato de que ele e Emma eram primos foi expresso em seus textos sobre os efeitos do acasalamento entre indivíduos de linhagens mais próximas (inbreeding) ou mais distantes.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Darwin

Rota do Beagle


A viagem do Beagle


 Uma das aventuras mais conhecidas da história da ciência é a viagem que o jovem Charles Darwin realizou, a bordo do navio britânico HMS Beagle, entre os anos de 1831 e 1836. Darwin embarcou no Beagle para servir de acompanhante ao capitão do navio, o aristocrata inglês Robert Fitzroy. Foi nessa viagem que Darwin pode desenvolver todo o seu interesse, trazido desde a infância, pelo mundo natural.  
 O Beagle deixou a Inglaterra no dia 27 de dezembro de 1831. O objetivo principal era cartografar o litoral da América do Sul. Darwin tinha apenas 22 anos e era um recém formado em teologia, mas com forte vocação para as ciências naturais. A princípio, a expedição deveria explorar pontos como Rio de Janeiro, Patagônia e Terra do Fogo, costa do Chile, Peru e algumas ilhas do Pacífico. No entanto, acabou alcançando a Nova Zelândia, Austrália, sul da África, retornou a Salvador e então rumou de volta à Inglaterra. Assim, a viagem, que estava prevista para durar dois anos, acabou durando quatro anos e nove meses.
 O Beagle, após passar por Cabo Verde, rumou para a América do Sul e chegou ao arquipélago de Fernando de Noronha onde fez uma rápida parada. No dia 29 de fevereiro de 1832, o navio aportou em Salvador, na Bahia. Darwin chegou a Salvador em pleno período de carnaval e se assustou com o entrudo, uma brincadeira de rua bastante violenta trazida pelos portugueses no século XIX:
 “Este é o primeiro dia de carnaval, mas Wickman, Sullivan e eu, nada destemidos, estávamos determinados a encarar seus perigos. Esses perigos consistem em ser alvejado sem misericórdia por bolas de cera cheias de água e sair encharcado por grandes seringas de lata. Achamos muito difícil manter a nossa dignidade, enquanto caminhávamos nas ruas”, segundo trecho extraído do diário de anotações de Darwin.  
 Mas foi também em Salvador que Darwin teve o seu primeiro contato com uma floresta tropical, tendo ficado deslumbrado com o que viu: “O dia todo foi um deleite. No entanto, deleite é um termo fraco para expressar os sentimentos de um naturalista que, pela primeira vez, perambula sozinho por uma floresta brasileira”.
 De Salvador, a expedição veio descendo a costa brasileira e ancorou no Rio de Janeiro no dia 5 de abril. Darwin percorreu o entorno do Rio coletando espécimes de insetos e répteis, além de fazer medições topográficas da costa.
 No dia 10 de maio, o Beagle foi obrigado a retornar à Bahia e Darwin resolveu permanecer sozinho no Rio. Darwin morou em Botafogo, um local bastante tranqüilo naquela época. O naturalista subiu o Corcovado, onde se encantou com a vista. Na época, o Corcovado era conhecido por abrigar quilombolas e escravos fugidos. Darwin também realizou expedições pela Floresta da Tijuca, Pedra da Gávea, entre outros. 
 Visitou o Jardim Botânico, onde ficou decepcionado com o que encontrou: “Andei até o Jardim Botânico. Esse nome deve ter sido dado mais por cortesia do que por qualquer outro motivo, porque ele é na verdade apenas um lugar de diversão. Seu maior e principal interesse é o cultivo de muitas plantas notórias por sua utilidade. Há alguns acres cobertos por pés de chá-da-índia. Fiquei um tanto decepcionado ao ver um pequeno arbusto insignificante com flores brancas e plantadas em fileiras retas”. 
 Darwin viajou pelo norte fluminense subindo a serra da Tiririca, em Niterói; passou por Maricá, Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Barra de São João, Macaé, Conceição de Macabu, Rio Bonito e Itaboraí. Ainda hoje pode se encontrar alguns desses lugares por onde o naturalista passou e descreveu em seu diário, como a Fazenda Itaocaia, em Maricá, a Estrada do Vai e Vem, onde passou quando viajava pela região de Niterói, e ruínas da Fazenda Campos Novos, em Cabo Frio, onde Darwin elogiou a comida.
 Apesar de todas as belezas naturais que pôde observar no Brasil, Darwin também fez muitas críticas ao país. Em seu diário de viagem, o naturalista criticou muito a existência da escravidão e a burocracia brasileira. 
 O historiador Milton Teixeira confirma a decepção de Darwin com certos aspectos do Rio de Janeiro e do Brasil. “É interessante que, em 1832, não só Darwin, como outros ingleses que estavam aqui, consideravam o Rio de Janeiro um caos. O país estava numa decadência profunda. Dom Pedro I havia renunciado no ano anterior e o país estava sacudido por revoltas civis muito pesadas. Em um de seus relatos, Darwin chegou a dizer que acreditava que o Rio de Janeiro estava em profunda decadência, os serviços urbanos estavam negligenciados e o que salvava mesmo era a natureza, tanto que ele vai morar em um bairro distante (para a época), chamado Botafogo. O interessante é que muitos que visitam o Rio hoje têm uma visão parecida. A cidade está um caos, tiroteio em favelas, pessoas sendo mortas, assaltos, de modo que há esse paralelismo curioso. Existia um pintor, que veio com Darwin, que fez uma série de aquarelas da cidade e algumas são bem atuais, com as pessoas apanhando da polícia nas ruas, muita coisa de uma certa maneira não mudou.O Rio de Janeiro depois se recuperou, mas Darwin não voltou aqui para ver isso. Ele veio nesse momento específico e o que interessava era a natureza e isso ele ainda encontrou intacta. Se hoje ele voltasse, com certeza ficaria decepcionadíssimo em ver os morros pelos quais andou tomados pelas favelas e bandidos. Hoje ele não teria a mesma liberdade para andar por aqui, é triste isso mas é algo que você não tem como deixar de constatar”, destaca o historiador.
 O Beagle deixou o Rio de Janeiro no dia 5 de julho de 1832, com destino a Montevidéu, dando continuidade à expedição. De lá o navio seguiu para a Argentina onde, em setembro, ancorou ao largo de Bahía Blanca, um povoado na extremidade de uma baía situada cerca de 650 quilômetros ao sul de Buenos Aires. O Beagle permaneceu na região por mais de um mês, tempo suficiente para Darwin deleitar-se com as carnes de Tatu, que segundo ele se assemelhava a do Pato, e de Ema, animal que o naturalista chamava de pequeno Avestruz.
Na praia de Punta Alta, em Bahía Blanca, Darwin encontrou o fóssil de uma preguiça e um tatu gigante (era o gliptodonte, extinto há 10 mil anos). O Beagle também passou pela Patagônia e pela Terra do Fogo, até chegar ao Oceano Pacífico. No Chile, o naturalista subiu a cordilheira dos Andes. 
 Do Chile, a expedição partiu para o arquipélago de Galápagos, onde aportou por um mês, em setembro de 1835. Nesse arquipélago, Darwin coletou espécies de plantas e animais, fez anotações, e se impressionou com as características distintas de cada uma das ilhas que visitou. Ele observou tartarugas, iguanas e uma enorme variedade de aves, constatando que eram diferentes de ilha para ilha. 
 “Coletei industrialmente todos os animais, plantas, insetos e répteis desta ilha. Será muito interessante descobrir, a partir de futuras comparações, a que distrito ou centro de criação devem ser ligados os seres organizados deste arquipélago”, escreveu Darwin em seu diário.
 Nas ilhas de Galápagos há várias espécies endêmicas, entre elas destaca-se um grupo de 13 espécies de fringilídeos. Essas aves são popularmente conhecidas como “tentilhões de Darwin”. Os tentilhões inspiraram Darwin nas primeiras reflexões sobre a origem das espécies e mostraram que é possível testemunhar a evolução acontecendo em tempo real.
 Depois de Galápagos, o Beagle rumou para o Taiti, Nova Zelândia, Austrália, Ilhas Coco, retornou ao Brasil, aportou em Salvador e em Recife, e, por fim, voltou à Inglaterra em outubro de 1836.
 Os resultados imediatos da viagem foram o livro A Viagem do Beagle (1838), baseado nos diários de Fitzroy, a transcrição do diário de Darwin (1839) e os artigos sobre a geologia da América do Sul, baseados nas observações de Darwin e no livro Princípios da Geologia, de Charles Lyell. O livro A Origem das Espécies, que tornou Darwin conhecido mundialmente, só veio a ser publicado em 1859.

Fonte: http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/temas-especiais-19a.asp